Publicada em 05/05/2023
A professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, na Faculdade de Ciências Humanas e da Saúde, coordenadora do grupo de pesquisa Longevidade, Envelhecimento e Comunicação, levou ao 1º Congresso Brasileiro de Mulheres de Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS), realizado na última quarta-feira (3), em Brasília, o tema longevidade e expectativa de vida.
A longevidade é o tempo de vida que uma espécie consegue viver. “No caso da espécie humana, esse tempo é de 120 anos. A mulher que mais viveu na história da humanidade foi uma francesa, Jeanne Calment que morreu aos 122 anos.”
O processo de envelhecimento dos seres humanos apresentado foi: vida adulta de 24 a 59 anos, velhice de 60 a 120 anos. “A velhice é uma etapa da vida, não é algo negativo. Temos que aprender a ressignificar essa palavra. Viver a velhice de forma mais leve.”
A professora frisa que a expectativa de vida tem aumentado. “A cada ano, temos mais pessoas que chegam ao topo máximo do tempo de vida. Mas isso depende muito do contexto em que cada um vive: onde esse indivíduo nasceu e oportunidades que teve.”
Segundo ela, quem nasce em Santa Catarina, por exemplo, tem dez anos a mais de expectativa de vida que uma pessoa que nasce no Piauí, por exemplo. “O contexto em que estamos inseridos nos dá, somado à nossa genética, as condições de viver mais ou menos.”
De acordo com ela, 75% do impacto no nosso envelhecimento é provocado pelo ambiente em que vivemos e apenas 25% pela genética.
Ela lembrou que a expectativa geral da população brasileira é, atualmente, de 77 anos. A idade é referente ao ano de 2021, e não leva em consideração a mortalidade proporcionada pela pandemia da COVID-19. Para as mulheres, em especial, a expectativa é de 80,5 anos. E para os homens 73,6 anos. “Normalmente seremos mulheres viúvas, mulheres cuidadoras. Como podemos nos preparar ou pensar desde nosso trabalho em como ir criando suportes para que nossa velhice seja mais digna.”
Ao apresentar dados do último Censo, ela lembrou que a população brasileira é de 215 milhões de pessoas, sendo 31,5 milhões de pessoas idosas com mais de 60 anos, o que representa 14,6% do total da população. O número de mulheres idosas é de 17,6 milhões de pessoas e o número de homens 13,9 milhões. De acordo com a pesquisadora, há um superávit feminino de 3,8 milhões de mulheres. “Sociedade e políticas públicas precisam se preparar para essa questão, para o novo perfil demográfico para que haja dignidade na velhice.”
Ela destacou ainda que o fenômeno do envelhecimento populacional dominará o cenário do século XXI e frisou que sociedade e políticas públicas precisam se preparar para conviver e potencializar este novo perfil demográfico, principalmente com relação às mulheres. “O futuro nos rodeia. Ninguém quer morrer jovem, mas também ninguém quer envelhecer. Mas fazemos parte desse processo desde quando nascemos.”
Para combater o etarismo, a professora menciona a convivência entre crianças, jovens e idosos. “Se há separação, fomenta tribos, que não é bom para as gerações. A troca de experiências é muito boa, além de fortalecer a solidariedade entre as gerações.”
Sobre os Regimes Próprios de Previdência, ela mencionou que a prevenção é parte do cuidado com os idosos. Como exemplo, mencionou Programas Pré-Aposentadoria e Pós Aposentadoria. “Envelhecer de bem com a vida nunca é uma escolha individual, é uma escolha social. Estimular os idosos para que eles tenham estímulos positivos no dia a dia. Esse é um desafio para nós como profissionais.”